Opinião Segunda-Feira, 24 de Julho de 2017, 15h:48 | Atualizado:

Segunda-Feira, 24 de Julho de 2017, 15h:48 | Atualizado:

Caiubi Kuhn

O Brasil precisa virar a página

 

Caiubi Kuhn

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Uma coisa é certa na realidade brasileira: precisamos virar a página, iniciar um novo capítulo na história do país. Faço parte da geração dos anos 1990, uma geração que traz consigo uma pesada carga de responsabilidade e um gigantesco desafio. Pois, a geração dos anos 90 foi a maior geração de crianças e de adolescentes do país, logo estamos nos tornando a maior geração de adultos e, então, seremos a maior geração de idosos. 

A geração da década de noventa marca a inversão da pirâmide populacional do Brasil, e essa mudança etária representa também uma série de mudanças no contexto econômico e social ao longo das décadas. Por exemplo, imagine-se agora em 2050 em um país de idosos, quais deveriam ser as prioridades do governo e da onde sairiam os recursos? 

Hoje, somos um país agrário e que depende necessariamente das commodities minerais e agrícolas, a indústria brasileira possui uma participação muito pequena na econômica e o nosso investimento em ciência e tecnologia e pífio. Em 2050, será que teremos como continuar sendo um país com esse perfil econômico? Certamente não. Precisamos buscar alternativas para o Brasil, para além das commodities.

Já vimos que os desafios pela frente são muitos. Mas, onde erramos? Não existe país que se desenvolva sem educação e investimento em ciência e tecnologia. Em cada produto que compramos pagamos também o custo cientifico embutido nele, seja pela técnica aplicada ou pelas patentes embutidas. E o problema é que o Brasil está lá atrás na fila tecnológica. 

Além dos recursos para pesquisa, para se fazer ciência e tecnologia, precisamos de educação. Na década de 90 e nos anos 2000, nosso sistema educacional avançou a passos de tartaruga. Se olharmos os indicadores internacionais de educação, vamos ver que hoje continuamos mal posicionados e que essa realidade não mudou muito nas últimas décadas. Sim, os governos que aqui passaram não fizeram o que era necessário e, graças à falta de ação dos governos, hoje temos a maior geração de jovens que o Brasil já viu e que irá ver, com uma formação deficitária. A falta de formação por si só cria o chamado desemprego estrutural, que é quando existe emprego, mas quem está desempregado não possui formação adequada para o posto. Para piorar ainda mais, vivenciamos uma crise econômica e, é lógico, o jovem é um dos que mais sofre na crise por não possuir experiência. 

O que fica claro com tudo isso, é que existem diferenças muito grandes entre os discursos políticos que vemos das principais lideranças e presidenciáveis do Brasil e a realidade de nossa nação. A pirotecnia ainda continua sendo o ponto forte no debate político, enquanto realidades, como a exposta acima, ou não é tratada ou é tratada com desdenho. Precisamos virar essa página, precisamos discutir a realidade do Brasil e construir um projeto de nação com educação, ciência, tecnologia, desenvolvimento econômico e social. Temos 30 anos para tentar mudar a realidade do Brasil, caso contrário, teremos um futuro ainda mais trágico que o presente.

Caiubi Kuhn 

Geólogo e mestre em Geociências pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Docente do Instituto de Engenharia, Campus de Várzea Grande, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT);

Conselheiro-Titular do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA);

Diretor de Benefícios e Relações Sindicais do Sindicato dos Geólogos do Estado de Mato Grosso (SINGEMAT);

Presidente da Associação de Geólogos de Cuiabá (GEOCLUBE) 

E-mail: [email protected] 

 

 





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Comentários (4)

  • Leal

    Terça-Feira, 25 de Julho de 2017, 07h10
  • A verdade é que a máquina do nosso governo custa caro demais.O nosso Poder Judiciário é caríssimo, cheio de mordomias absurdas e descabidas ( se um juiz precisa de ajuda para comprar um livro,imagine os coitados que estudam aos trancos e barrancos...), um Executivo cheio de cargos absolutamente inúteis e órgão lotados de servidores, muitos dos quais não qualificados para o trabalho que lhes é designado (além do onipresente SUPERFATURAMENTO em tudo que executa...) e um Legislativo que dispensa comentários.Assim, aquilo que sobra da imensa arrecadação federal é repassado aos estados onde o modelo se repete.Os governos brasileiros existem e arrecadam para si mesmos enquanto suas obrigaçõs constitucionais são cumpridas SE e COM aquilo que sobrar de verbas...
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  • DANIEL BORGES NAVA

    Segunda-Feira, 24 de Julho de 2017, 21h26
  • Parabéns! HÁ ESPERANÇA! Daniel Nava Geólogo. Manaus AM
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  • Edinaldo Castro e Silva

    Segunda-Feira, 24 de Julho de 2017, 18h48
  • Parabéns pela clareza evidenciada. Precisamos que os jovens tenham postura clara e competente. Caso contrário continuaremos nessa penúria social.
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  • Jo?o B.O. Racha

    Segunda-Feira, 24 de Julho de 2017, 18h11
  • É preciso passar uma borracha nisso
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