Polícia Quarta-Feira, 21 de Outubro de 2015, 13h:59 | Atualizado:

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Adolescentes são tratados como animais, afirma agente

 

GAZETA DIGITAL

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Agentes do sistema socioeducativo de Mato Grosso realizaram, nesta quarta-feira (21) em Cuiabá, um ato contra a falta de infraestrutura e segurança nas unidades. Presidente do Sindicato da Carreira dos Profissionais do Sistema Socioeducativo do Estado, Sindpss/MT, Paulo Cesar de Souza, denuncia que não há educação em um local em que "os adolescente são tratados como animais".

A manifestação desta manhã é continuação da que ocorreu em Brasília, nesta terça-feira (20). Quarenta servidores do Estado participaram de ato, onde foram pedir resolução dos problemas que, segundo o sindicalista, afetam outras unidades voltadas à recuperação de adolescentes no país. 

Paulo ressalta que a falta de destinação de recursos inviabiliza o sistema. "Nós brigamos porque não tem investimento para o socioeducativo. Para se ter uma ideia, o governo liberou R$ 250 milhões a mais para a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e apenas R$ 3 milhões para a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), que gere o socioeducativo, Procon e sistema penitenciário. Secretaria fala que houve melhorias, mas é tudo mentira".

O sindicalista aponta que dentro das unidades faltam recursos básicos. "O acompanhamento psicológico não existe, pois eles (psicólogos) têm que atender até demanda de pedidos de escova de dente", cita como exemplo.

A inauguração da unidade do regime semiaberto em abril deste ano ocorreu em cerimônia com a presença do governador Pedro Taques, mas quase 6 meses depois nenhum adolescente cumpriu pena no local. "Não funciona por falta de competência da Secretaria, por exigência do juiz que exigiu um projeto de prevenção a incêndio do Corpo de Bombeiros. São autorizações, questões burocráticas".

A abertura da unidade provocou o deslocamento de servidores, o que causou morosidade dentro do sistema, por falta de funcionários."Enfraqueceu o Pomeri, pois foi liberado agentes e equipes técnicas. Isso é uma vergonha para o Estado". O grupo solicita uma audiência com o governador do Estado, pois acredita que ele não tem conhecimento da situação. 

Ausência de segurança provocou fuga de 13 adolescentes da unidade de Cáceres, e rebelião na de Rondonópolis. Paulo ressalta que a falta de efetivo fragiliza o atendimento da demanda e episódios como esses provocam mais afastamentos por problemas psicológicos. "Nossa luta não é salarial, é por dignidade e melhoria para os próprios adolescentes". 

Atualmente o sistema socioeducativo conta com 600 agentes para atender aproximadamente 200 jovens infratores. Para o presidente do sindicato, o ideal seria o dobro de servidores.  

A Sejudh, por meio da assessoria, afirmou que faz diversas ações para melhorar e atender as demandas, mas não é possível resolver todos os problemas de uma categoria em  10 meses de governo.





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