Política Terça-Feira, 01 de Agosto de 2017, 23h:30 | Atualizado:

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PRECATÓRIO DA ANDRADE

MPF aponta "falha" de 4 procuradores de MT em processo de R$ 276 milhões

Tendência é que Chico Lima esclareça caso em delação premiada a PGR

VINÍCIUS LEMOS
Da Redação

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O Ministério Público Federal (MPF) revelou que quatro procuradores do Estado assinaram um parecer que possibilitou o pagamento de precatórios de R$ 276,5 milhões à construtora Andrade Gutierrez, durante a gestão do ministro da Agricultura e ex-governador, Blairo Maggi (PP), nos anos de 2009 e 2010. A informação consta em denúncia encaminhada à Justiça Federal pelas procuradoras da República, Vanessa Scarmagnani e Bianca Britto de Araújo.

A denúncia do MPF apurou que os pagamentos de precatórios à Andrade Gutierrez em Mato Grosso ocorreram de modo ilegal. Eram quatro precatórios, dois deles correspondentes ao ano de 1995 e dois correspondentes a 1997.

As dívidas com a construtora teriam surgido por meio de serviços prestados ao Departamento de Viação e Obras Públicas do Estado (DVOP), extinta autarquia do Estado. A ação sobre o caso faz parte da “Operação Ararath”.

Os pagamentos dos R$ 276,5 milhões ocorreram em 13 parcelas. No entanto, há a suspeita de que diversas fraudes foram feitas na condução do procedimento.

Um levantamento feito a pedido do Ministério Público Estadual (MPE) apontou que o acordo feito para o pagamento foi realizado sem a anuência da Justiça e teria passado à frente de outras empresas, que também cobravam o pagamento de precatórios, conforme a lista geral da Fazenda Pública Estadual. Conforme a denúncia do MPF, o Ministério Público de Contas do Tribunal de Contas do Estado detalhou que os pagamentos irregulares dos precatórios somente foram possíveis em razão do apoio jurídico concedido pela Procuradoria-Geral do Estado.

Os responsáveis por respaldar o acordo teriam sido o então procurador-geral do Estado, João Virgílio do Nascimento Sobrinho, e os procuradores Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Romes Júlio Tomaz e Fernando Cruz Moreira. "É na diligência empregada pela PGE/MT que se atestava a legalidade de lista própria de credores de precatórios do DVOP, bem assim os valores e forma administrativa propostos para pagamento dos precatórios, que se louvam os agentes políticos aqui denunciados, bem assim o operador financeiro e empresários envolvidos e beneficiados com a apropriação do dinheiro público", explicou.

No documento, o MPF relatou que os pagamentos dos precatórios somente foram possíveis por conta de autorizações concedidas pelos então membros da Procuradoria-Geral do Estado. “Forçoso que se reconheça que todas as autorizações para pagamento administrativo dos precatórios valeram-se do Parecer 062/2009/SUPREC (da lavra do Procurador do Estado Romes Júlio Tomaz); o Parecer 06/GPG/2009 (da lavra do Procurador do Estado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho) e o despacho de 19/02/09 do Procurador-geral do Estado, João Virgílio do Nascimento Sobrinho, que homologou ambos os pareceres”.

Ainda com base em relatório do Ministério Público de Contas, as procuradoras da República alegam que o então procurador  em exercício, Francisco Gomes de Andrade Lima, o Chico Lima, teria utilizado orientação jurídica equivocada para garantir o pagamento à construtora, “de forma flagrantemente irregular”. "O então procurador-geral do Estado, João Virgílio do Nascimento Sobrinho, seguindo orientação jurídica do Procurador do Estado Francisco Gomes de Andrade Lima no Parecer nº 06/GPC/2009, e o então secretário de Estado de Fazenda, Éder de Moraes Dias, utilizaram de argumento jurídico falso para criar uma suposta urgência para efetuar o pagamento administrativo dos precatórios devidos à construtora Andrade Gutierrez, que estavam aguardando o pagamento perante o Poder Judiciário", narrou o MPC.

Solto recentemete após ficar quase um ano preso em decorrência da "Operação Sodoma", Chico Lima fechou acordo de colaboração premiada confessando os crimes que teria praticado. Ele deve explicar ao MPF como aconteceu a operação que garantiu o pagamento do precatório da famosa empreiteira.

Em razão das fraudes, sete pessoas foram denunciadas pelo MPF, entre elas o procurador aposentado Chico Lima. Também foram denunciados: o ex-secretário de Estado, Éder Moraes, o ex-adjunto de Fazenda, Edmilson José dos Santos, os empresários Mauro Carvalho Júnior, Cleabedais Mantovani, Valdir Agostinho Piran e o filho dele, Valdir Agostinho Piran Júnior, e ex-funcionários da construtora, sendo eles o ex-presidente da Andrade Gutierrez, Rogério Nora de Sá, e o advogado Luiz Otávio Mourão.

DELAÇÃO DE RIVA

O pagamento de precatórios à Andrade Gutierrez teria sido um dos itens mencionados durante a delação premiada do ex-deputado José Geraldo Riva à Procuradoria-Geral da República (PGR). Conforme o Estadão, Riva teria dito que o então governador do Estado, Blairo Maggi, teria autorizado o pagamento dos R$ 260 milhões para abastecer um sistema financeiro que tinha por objetivo comprar apoio de parlamentares.

Conforme a publicação, Riva teria dito que o dinheiro abasteceu uma conta corrente usada para pagar deputados estaduais e integrantes da base em troca de apoio ao governo. Segundo o ex-parlamentar, o pagamento dos precatórios era apenas parte de uma manobra financeira para comprar a adesão dos deputados à base.

Segundo o ex-presidente da Assembleia Legislativa, tal sistema financeiro paralelo era operado pelo empresário Valdir Piran. “O delator narrou um encontro do qual participaram Maggi, o então secretário da Fazenda de Mato Grosso Éder Moraes e o ex-governador Silval Barbosa, sucessor do ministro da Agricultura no Executivo mato-grossense. Foi nessa reunião que ficou acertado o esquema do precatório”, diz a publicação do Estadão.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, negou que tenha feito qualquer tipo de irregularidade durante sua gestão e garantiu que os precatórios da Andrade Gutierrez foram pagos sem nenhuma ilegalidade.

 





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Comentários (13)

  • paulo lima

    Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2017, 16h57
  • O estado deixa os procuradores que ganham 30.000 p/mês advogarem na iniciativa privada, tendo informações privilegiadas, claro que dá nisso ai. Aqui mesmo no prédio que trabalho tem 2 procuradores com escritório montado e tudo.
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  • Chacal

    Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2017, 15h51
  • Nesse caso, a justiça deveria obrigar os procuradores a ressarcirem o Estado.
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  • edy marcos

    Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2017, 14h19
  • Mostre me só um dos poderes que não tenha roubado e rouba. Toda essa violência, pessoas em filas do SUS, falta de educação inclusiva é esses roubos...País rico e povo pobre, a corrupção e ganância e ostentações e luxuria explica.
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  • MARCELO - PAGADOR DE IMPOSTOS

    Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2017, 10h28
  • SE OUVE FALHAS, AMBOS DEVEM SER DEMITIDOS.
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  • antonio silva

    Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2017, 08h33
  • Se o MPF procurar mais no fundo, irão vislumbrar que não é só esse precatório que os Doutos procuradores do estado fizeram pareceres generosos. Ali na pge acontece cada coisa que é duro de acreditar
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  • Gon?alo

    Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2017, 08h32
  • Nossa!!! Estou admirada! Procuradores de MT envolvidos em corrupção? Eu que pensei que eles fossem SANTOS ou o próprio DEUS, pra julgar e condenar os outros são uma beleza, mas o que parece mesmo é que são POBRES MORTAIS como todos, não é mesmo? Justiça seja feita à eles também.
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  • gilmar

    Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2017, 08h11
  • Chico lima está em todas, sabe muito.
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  • Bernardes

    Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2017, 08h10
  • Deicha de ser cara lambida Sr. Auditor. Diante de um crime de tamanha falta de vergonhas, vc ainda vem falar em vasamento de informações? A sociedade precisa saber sim. Se o advogado tá dormindo em berço explêndido é problema deles. O processo em questão não corre sob segredos de justiça, seu analfabeto!!!
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  • Ademar Adams

    Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2017, 08h09
  • Que dia alguém vai ter peito de pedir a prisão de Blairo Máqquinas?
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  • Lia Ribeiro

    Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2017, 07h39
  • A Advocacia Pública Nacional precisa ser revista, ela Não pode ser usada para garantir o interesse dos larápios do erário. É difícil aceitar essa situação, como advogada que sou. A estrita legalidade e o interesse público e demais regras que deveriam dar segurança aos cidadãos são esquecidos e os fundamentos se prestam para justificar o ilícito. Todas as justificativas são: o Juridico aprovou. O TCE aprovou. A CGE aprovou.... e assim seguimos nesse país.
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  • Roubado

    Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2017, 05h34
  • É por essas e outras que o Estado e o País esta quebrado ai esses corruptos querem jogar a culpa em cima dos servidores e trabalhadores deste pais fazendo reforma na previdência ETC... Cadeia para todos os ladrões de dinheiro publico... E por isso, que querem proteger o Michel Temer porque uma mão lava outra agora foi o Temer pego com a boca na botija daqui um pouco são os demais....
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  • Auditor

    Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2017, 00h38
  • Grande VINICIUS LEMOS porta voz da ARARATH ... sabendo de tudo antes dos próprios advogados das partes... não seria o caso de investigar esses vazamentos???
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  • Cuiabano

    Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2017, 00h22
  • Picaretagem pura.
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