Um momento especial na vida de mais de 60 jovens músicos, boa parte deles, crianças e adolescentes. Eles fazem parte da Orquestra Sinfônica Jovem de Campo Verde. Vieram do município vizinho, a 130 quilômetros de Cuiabá, para fazer o seu primeiro concerto fora da sua cidade de origem.
No palco, gente de Campo Verde, e na plateia também. Inclusive o prefeito do município, Fábio Schroeter, apoiador e entusiasta do projeto musical em questão, que é fruto de uma parceria envolvendo o Instituto Ciranda e a Prefeitura de Campo Verde.
"Estamos buscando mecanismos para que essa orquestra não fique eternamente dependendo dos recursos da Prefeitura", disse o prefeito Schroeter. Ele, que foi reeleito, sabe que no futuro, o município deverá ter uma outra administração, e que talvez ela (a nova administração) pense diferente e não queira aportar recursos à orquestra.
A Sinfônica Jovem de Campo Verde foi criada em 2013 e sua apresentação no Teatro Zulmira mostrou uma precocidade razoável. Sob as batutas alternadas de André Reges e Murilo Alves, este segundo, presidente do Instituto Ciranda, os músicos interpretaram um programa composto por 14 músicas, que mesclou o erudito e o popular, envolvendo compositores como Handel, Sibelius, Morricone, Loyd Webber. Lorenzo Fernandez e Tchaikovsky, entre outros.
Plateia e palco foram redutos de muita emoção. No palco, além da emoção, sobretudo, muita responsabilidade para corresponder a intensidade da expectativa. Deu certo? Ah, se deu.
Após reger o segundo bloco (foram três, ao todo), Murilo Alves dirigiu-se ao segundo andar (mezanino), de onde assistiu ao restante do concerto. Com os olhos grudados no palco e uma expressão de felicidade, o maestro colheu o fruto de um trabalho dedicado que vem fazendo já há 13 anos, sempre alicerçado por uma equipe à qual também não falta dedicação.
"Esses garotos começaram a tocar outro dia e já estão nesse nível", disse Murilo, referindo-se aos saxofonistas adolescentes que solarão "Czardas", de Vitorio Monti, composição complexa e que exige muita habilidade dos instrumentistas.
A composição "Batuque", do brasileiro Oscar Lorenzo Fernandez, que tem seu forte na percussão, foi outro destaque do concerto, inclusive, com performances praticamente improvisadas nos ensaios que aconteceram durante a tarde de ontem, precedendo a apresentação.
A conclusão a que se chega fica clara, através da massa sonora registrada e às posturas arrojadas e corajosas da orquestra: esse grupo musical está trilhando o caminho certo. E vai longe!
Em tempo: o concerto resultou de uma parceria que envolve o Instituto Ciranda e a Assembleia Legislativa, através da Sala da Mulher, desde o ano passado. Arrecadou alimentos não perecíveis que serão distribuídos para instituições filantrópicas pela Sala da Mulher.