Política Segunda-Feira, 03 de Abril de 2017, 18h:00 | Atualizado:

Segunda-Feira, 03 de Abril de 2017, 18h:00 | Atualizado:

OPERAÇÃO ARCA DE NOÉ

Em sentença, juíza declara que Riva "assacou sem piedade" a Assembleia

Selma Arruda condenou ex-deputado a 21 anos e 8 meses de prisão

VINÍCIUS LEMOS
Da Redação

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A juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, asseverou que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) foi, durante anos, "assacada sem piedade" pelo ex-deputado José Geraldo Riva. A afirmação consta em decisão proferida no último dia 28, na qual Riva foi condenado a 21 anos e oito meses de prisão, em regime fechado, por peculato e lavagem de dinheiro.

A sentença proferida pela juíza é referente a um dos processos da Operação Arca de Noé, que investiga esquema criminoso que teria desviado dezenas de milhões dos cofres da Assembleia Legislativa, no período em que Riva presidia a Mesa Diretora da Casa de Leis. Os crimes foram praticados entre o fim dos anos 90 e o início dos anos 2000.

A ação na qual Riva foi condenado trata sobre desvio de mais R$ 2 milhões. Conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o valor teria sido desviado dos cofres públicos por meio de 41 pagamentos à empresa João Roberto Broges Papelaria, que era de fachada e foi criada somente para simular a entrega de produtos para a Casa de Leis.

Do dinheiro desviado, parte teria sido utilizada para pagar dívidas com o bicheiro João Arcanjo Ribeiro, por meio de uma factoring que pertencia a ele, e a outra parte seria utilizada para o financiamento de campanhas eleitorais. De acordo com a decisão da magistrada, em valores atualizados, o montante desviado por meio do esquema é superior a R$ 5,4 milhões.

A condenação é a primeira sentença criminal aplicada ao ex-parlamentar, que responde a diversos processos por crimes contra os cofres públicos. Ele poderá recorrer da decisão em liberdade.

Durante sua decisão, Selma Arruda pontuou que Riva prejudicou a Assembleia Legislativa no período em que presidiu a instituição, em razão de fraudes praticadas na Casa. “Durante anos a fio, a Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso foi assacada sem piedade pelo acusado, mediante a utilização de empresas fantasmas e da simulação de contratação de serviços ou aquisição de bens e isso retrata verdadeira continuidade delitiva”, enfatizou.

A criação de empresas fantasmas era prática recorrente durante a gestão do ex-parlamentar na AL-MT. Ele confessou à Justiça que o conjunto criminoso que atuava na Casa de Leis, do qual fazia parte, costumava criar empresas de fachada, que posteriormente eram contratadas irregularmente pela instituição e recebia por serviço que não realizava. Conforme denúncia do MPE, os valores pagos eram divididos entre Riva e o grupo criminoso.

A magistrada pontuou que o processo sobre a criação da papelaria de fachada é semelhante a diversos outros que o ex-parlamentar responde. ”Nesta unidade judiciária tramitam dezenas de processos tratando de outros desvios praticados em situação semelhante, relativamente aos quais o próprio José Geraldo também é confesso”.

Para Selma Arruda, a continuidade das fraudes que eram praticadas por Riva demonstram que ele e seus aliados causaram grande prejuízo à instituição. “Trata-se, portanto, de um contexto muito maior que retrata que os crimes foram praticados em continuação, durante anos a fio, fazendo verdadeira sangria nos cofres da Assembleia Legislativa de Mato Grosso”, assinalou.

OUTROS DENUNCIADOS

Além de Riva, também foram denunciados pelo MPE, por participação no esquema que desviou mais de R$ 2 milhões da AL-MT, o ex-deputado e ex-conselheiro Humberto Melo bosaipo, Guilherme da Costa Garcia, Varney Figueiredo de Lima, Luis Eugênio de Godoy, Nivaldo Araújo, Geraldo Lauro, José Quirino Pereira, Joel Quirino Pereira, João Arcanjo Ribeiro e Nilson Roberto Teixeira.

No entanto, a ação contra os outros réus transcorre em separado do ex-presidente da Assembleia Legislativa.

ARCA DE NOÉ

Os crimes investigados na Operação Arca de Noé ocorreram entre a década de 90 e início dos anos 2000. No entanto, devido ao foro de Riva, os processos só deram entrada na primeira instância do Poder Judiciário em 2010, quando ele ficou sem mandato, após ser acusado de crime eleitoral.

Porém, ele foi eleito deputado novamente, em outubro de 2010, e os processos voltaram ao Tribunal de Justiça. A ação ganhou celeridade a partir de 2015, quando o ex-parlamentar deixou de vez a vida pública.

José Riva é réu em mais de 10 ações referente à “Operação Arca de Noé”. Ele também responde por crimes investigados nas operações “Imperador”, “Ventríloquo”, “Metástase – Célula Mãe” e “Sodoma”. Em todas, ele é acusado de desviar recursos públicos da Assembleia.

Desde que deixou o mandato, em janeiro de 2015, o ex-parlamentar já esteve preso por três vezes. Porém, foi beneficiado com habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal.





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Comentários (16)

  • bruno

    Terça-Feira, 04 de Abril de 2017, 08h19
  • Como que nao vamos condenar sua filha? Se ela tivesse se elegido sem o dinheiro do pai, OK. Mas ela usou o dinheiro do pai e a influencia dele para ser eleita, ou acham que ela foi a mais votada porque ela é bonita? Sendo assim ela é conivente com as falcatruas do pai, usou e abusou do dinheiro desviado.
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  • ARTHUR ARELLI

    Terça-Feira, 04 de Abril de 2017, 07h39
  • MATÉRIA DA SEMANA PASSADA REQUENTADA HOJE, SERÁ FALTA DE NOTÍCIA??
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  • Sid

    Terça-Feira, 04 de Abril de 2017, 07h19
  • E lhes pergunto meus amigos aonde estavam os membros do MPE do nosso nobre promotor Paulo Prado, e o TCE que por anos foi conduzido pelos nobre conselheiros Ubiratan Espinelli e Valter Albano. A verdade é uma só... "uma andorinha só não faz verao"
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  • Olegario

    Terça-Feira, 04 de Abril de 2017, 07h17
  • Esses servidores joel quirino e geraldo lauro e outros continuam desfilando na assembleia como se nada tivesse acontecido. Outro que continua de grande e esse marcio pommot, ..... esses....... e outros servidores............
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  • Aroldo

    Terça-Feira, 04 de Abril de 2017, 07h10
  • Efetivou e elevou nivel de servidores seus colaboradores da forma que bem quis. Isso e extorsao.
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  • LULA

    Terça-Feira, 04 de Abril de 2017, 05h55
  • então finalmente o sr. riva confessou que é ladrão,, que vergonha um homem veio desses, encerrar a vida funcional com esse adjetivo, "ladrão", roubou o dinheiro publico durante 20 anos, a justiça deveria tomar tudo o que ele tem e deixar apodrecer na cadeia, e não ficar dando trela prum bosta desses que o que tem é roubado.
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  • jack

    Terça-Feira, 04 de Abril de 2017, 01h11
  • Assacou??? Esse termo não se coaduna com o contexto, aí já tá fazendo moage, muita firula, além de estar esdrúxulo o entendimento esta pobre na gramática.
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  • BRANCO

    Segunda-Feira, 03 de Abril de 2017, 21h53
  • AFINAL QUEM É QUE FISCALIZA O ERÁRIO PUBLICO DO ESTADO???? SERÁ QUE NÃO VIU OU FAZ DE CONTA QUE NÃO VE, E QUAL É O PAPEL REALMENTE DO TCE??? ME PARECE QUE NÃO SERVE PRA NADA..OU MELHOR É UM BALCÃO DE COMPRAS DE CADEIRAS PARA SE APOSENTAR COM ALTO SALÁRIO A CUSTA DA POPULAÇÃO SOFRIDA...TOMA JEITO GENTE!!! ESSE BARCO VAI AFUNDAR!!!! PIPIPIPIIIIIIIIIIIIIIII
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  • BRANCO

    Segunda-Feira, 03 de Abril de 2017, 21h46
  • SE APERTAR APARECE MAIS GENTE ENVOLVIDA...
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  • monica c correa

    Segunda-Feira, 03 de Abril de 2017, 21h10
  • cri... cri... cri..
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  • Rog?rio

    Segunda-Feira, 03 de Abril de 2017, 19h45
  • Essa juizinha já está se perdendo na própria soberba,
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  • Galileu

    Segunda-Feira, 03 de Abril de 2017, 19h16
  • Interessante,como deixaram o ex deputado Riva chegar a esse ponto. Quem deveria fiscalizar a contabilidade da assembleia e não fiscalizou, deverá ser igualmente punido.
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  • Aspracas pmmt

    Segunda-Feira, 03 de Abril de 2017, 19h15
  • ??? Dr Selma ( Aperta ele ai ) Pra ele falar onde foi os + de 10Milhõesss repassando pela SECOPA a PMMT pra AQUISIÇÃO TROCA FARDAMENTO dá PMMT e a planilha era de 6 a 8 Fardamentos KIt completo e SUMIU deram uma FARDINHA 1parzinho pra cada PÚLICINHA kkkk Material todo não custou 1 Milhão. ???!!!! E o resto kkkkk
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  • Roberto Correa

    Segunda-Feira, 03 de Abril de 2017, 19h05
  • A deputada Riva não tem nada a ver com essas falcatruas, deixa a deputada fora disso, não condenaremos alguém porque seus parentes são malfeitores.
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  • zeca

    Segunda-Feira, 03 de Abril de 2017, 18h22
  • Que tal um ataque formado por Riva jogango pela direita e de centro avante Cabral.
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  • Carl?o

    Segunda-Feira, 03 de Abril de 2017, 18h11
  • Nessa hora a Riva Filha, deputada de araque, deputada mascarada, some, recolheu o flap e desapareceu, por isso a bela queria a CPI, já sabia que o papito, o professor , estava para confessar os mal feitos.
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